Rio – A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizam uma operação conjunta contra Lívia da Silva Moura, irmã de Léo Moura, ex-jogador do Flamengo, na manhã desta segunda-feira (5). Ela é suspeita de estelionato na venda de ingressos para o Rock in Rio. Contra ela, há um mandado de prisão e um de busca e apreensão. Seu irmão, Léo Moura, não é alvo da ação. Prejuízo com os golpes chegam a R$ 450 mil para o festival.
Agentes estiveram na casa da suspeita, localizada na Freguesia, na Zona Oeste, mas não a encontraram. Mesmo sem a presença da mulher na casa, policiais civis cumpriram o mandado de busca e apreensão, enquanto Lívia segue foragida. No local, foram encontrados ingressos verdadeiros e falsos para o Rock in Rio.
O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Leandro Gontijo, em entrevista para o “Bom Dia Rio”, da TV Globo, contou que Lívia era integrante de uma organização criminosa que atuava em diferentes meios para aplicar os golpes.
“O golpe ela aplica em várias frentes. Ela vende ingressos possuindo contatos lá dentro [do Rock in Rio] e repassando o número desses ingressos. Sendo que as pessoas compram esses ingressos em site falsos. Ela também falsifica ingressos físicos, no caso de cortesias e vouchers. E no caso de hoje, esse golpe em questão, a Justiça mobilizou R$ 300 mil na conta dela. A gente tem nesse caso é essa imobilização de R$ 300 mil, em um outro procedimento nós temos uma de R$ 150 mil, que foi o tamanho do golpe. Agora as contas [de Lívia] estão bloqueadas, os bens de imóveis também, e ela tem um mandando de prisão pendente por estelionato, organização criminosa e violação de direito autoral, entre outros crimes”, explicou.
De acordo com as investigações, Lívia usava o fato de ser irmã do ex-jogador para conseguir aplicar o golpe e vender ingressos falsos. Os organizadores do festival podem ter levado um prejuízo milionário por conta do crime. A Civil aponta que somente uma das vítimas fez uma transferência para a suspeita com o valor de R$ 20,8 mil.
Ainda segundo o delegado, a investigação sobre o modo de operar de Lívia vai prosseguir. A mulher teria um crachá falso de credenciamento no festival, e, possivelmente, parceiros funcionários do evento, que integravam o esquema para facilitar a entrada de pessoas e o golpe. No caso do ingresso para o dia do preview, os compradores não conseguiam entrar por conta do erro no QR Code, mas ela conseguia dar uma “carteirada” e colocava as pessoas para dentro do evento. Gontijo afirmou que o próximo passo é descobrir quem, de dentro da organização do festival, atuava junto com a suspeita.